Respeito ao Cidadão
Ganhou destaque no noticiário, do último dia 21, a bronca que o candidato à prefeitura paulistana, Celso Russomano, recebeu de uma eleitora porque o veículo em que estava foi estacionado sobre a faixa de pedestres. A única diferença dessa situação com tantas outras que todos nós somos testemunhas é que a imprensa estava lá para registrar o flagrante.
Já as imagens protagonizadas pela estudante de direito capixaba Luiza Gomes, de 19 anos, que durante a abordagem “tentou fumar uma nota de R$ 50, confundindo com um cigarro, e tentou ligar o carro usando um canudo, acreditando usar a chave do veículo”, como noticiou o site G1 em 20 de agosto, foram registradas pelas câmeras de vigilância da chamada 3ª Ponte, que liga Vitória a Vila Velha.
Ambas as situações são ridículas. Uma, porque revela o quão normal é ignorar um direito tão pouco respeitado, ainda que caracterizador de infração pelo Código de Trânsito; estacionar na faixa de pedestres, tal qual numa vaga destinada a deficientes ou idosos, não causa aversão coletiva, acostumados que estamos a esse mau comportamento alheio. Até que uma cidadã, indignada com o silêncio habitual que nos transforma em coniventes com muito do que está errado, brada retumbante para que o veículo deixado em local inadequado seja retirado.
Com relação à estudante, estranhamente não foi conduzida ao plantão. Talvez se fosse negra e pobre o desfecho seria outro. Como asseverou o delegado de trânsito Fabiano Contarato, “O poder público, através das suas instituições, tinha que ter lavrado um auto de infração por dirigir veículo sob a influência do álcool e por dirigir sem habilitação. A estudante teria que ser encaminhada ao delegado de plantão ou à Delegacia de Trânsito para ser presa e autuada em flagrante. O Batalhão de Trânsito não foi acionado.” Isso não torna, contudo, menos desprezível o comportamento da jovem, que no momento da abordagem ainda disse "Essa questão de beber e dirigir, qual a eficácia da lei? Não existe eficácia. A partir do momento que a gente vê que tem alguma brecha, a gente se aproveita daquilo. Nós, estudantes de direito, tentamos nos aproveitar disso".
Entretanto, não é a existência de pessoas como Celso e Luiza que tornam o mundo rude e cruel, e sim o silêncio que nós, pagadores de impostos, insistimos em manter diante desses abusos recidivos aos preceitos mínimos para se viver em sociedade. Até quando?
Já as imagens protagonizadas pela estudante de direito capixaba Luiza Gomes, de 19 anos, que durante a abordagem “tentou fumar uma nota de R$ 50, confundindo com um cigarro, e tentou ligar o carro usando um canudo, acreditando usar a chave do veículo”, como noticiou o site G1 em 20 de agosto, foram registradas pelas câmeras de vigilância da chamada 3ª Ponte, que liga Vitória a Vila Velha.
Ambas as situações são ridículas. Uma, porque revela o quão normal é ignorar um direito tão pouco respeitado, ainda que caracterizador de infração pelo Código de Trânsito; estacionar na faixa de pedestres, tal qual numa vaga destinada a deficientes ou idosos, não causa aversão coletiva, acostumados que estamos a esse mau comportamento alheio. Até que uma cidadã, indignada com o silêncio habitual que nos transforma em coniventes com muito do que está errado, brada retumbante para que o veículo deixado em local inadequado seja retirado.
Com relação à estudante, estranhamente não foi conduzida ao plantão. Talvez se fosse negra e pobre o desfecho seria outro. Como asseverou o delegado de trânsito Fabiano Contarato, “O poder público, através das suas instituições, tinha que ter lavrado um auto de infração por dirigir veículo sob a influência do álcool e por dirigir sem habilitação. A estudante teria que ser encaminhada ao delegado de plantão ou à Delegacia de Trânsito para ser presa e autuada em flagrante. O Batalhão de Trânsito não foi acionado.” Isso não torna, contudo, menos desprezível o comportamento da jovem, que no momento da abordagem ainda disse "Essa questão de beber e dirigir, qual a eficácia da lei? Não existe eficácia. A partir do momento que a gente vê que tem alguma brecha, a gente se aproveita daquilo. Nós, estudantes de direito, tentamos nos aproveitar disso".
Entretanto, não é a existência de pessoas como Celso e Luiza que tornam o mundo rude e cruel, e sim o silêncio que nós, pagadores de impostos, insistimos em manter diante desses abusos recidivos aos preceitos mínimos para se viver em sociedade. Até quando?
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